wAssim Falava Zollver
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wsábado, julho 24, 2010


E eventualmente se dá no peito um certo aperto inominado. A cada evento passado sem reflexão, a cada sopro quente de existência sem se sentir. Quando há a percepção da importância das minucias, dos segundos ausentes de coragem ou medo. No frenesi hipnótico da ideia inspiradora.

Não importa, assim, comportar-se de forma esperada ou diversa; adianta, porém, ver-se à luz dos fatos, enquanto fatos - e sonhar. Permitir-se enxergar além das expectativas e das memórias. Respirar a eternidade em todos os momentos. O presente é eterno em si mesmo. O passado se foi, o futuro não há. O presente é, sempre, no seio de quem é liberto.

Em verdade, nunca há liberdade se, de fato, a mente não for livre. A bruta força da imaginação destrói os limites do corpo, os grilhões do mundo enfermo, do berço, das conveniências. É no legado do pensamento que se verdadeiramente aspira o ermo ar da tranquilidade, da pacificação pessoal. Nas planícies do íntimo de quem sonha, de onde o impossível brota, quando se silencia todos os arrependimentos e culpas. Vão-se embora os óbices. Pode-se erguer o braço mais além, sentir repetidamente o prazer já ido ou que nunca virá. Sorrir largamente as dores aliviadas.

E, então, há de se compreender: não há dor maior a fazer breque ao pulsar da vida. Não há presente cujos espinhos não sejam insignificantes frente a um espírito liberto. Esta aí, o agora, pois, para ser vivido em todas as desfortunas, aparentes deformidades e alegrias.



posted by Hugo at 02:55